segunda-feira, 12 de setembro de 2011

“Delírios” mesmo

A intervenção do senhor Domingos Amaral no jornal Record deste passado Domingo dia 11 de Setembro vem comprovar o que eu já à muito temia; cada vez mais gente no mundo do futebol sofre de uma patologia que chamo de miopia crónica.

Este perspicaz senhor vem dizer em quatro parágrafos humorísticos que um golo ou um não golo mudam um jogo para sempre, dando a entender que não interessa analisar erros dos árbitros nem procurar a verdade desportiva porque a seguir a estes episódios a realidade do jogo muda para sempre.

Ora bem... Ele alguma razão tem, fica impossível adivinhar o que aconteceria no jogo com o Vitória de Guimarães se o Benfica não tivesse usufruído de dois penaltis mal assinalados. Se calhar ganhava por cinco... Eu não sei.

O que sei é que os jogadores tinham corrido mais atrás de um resultado que não interessava, a dinâmica de jogo tinha sido outra, a tarefa tinha-se tornado mais difícil e mais importante tinha existido verdade desportiva!

Pela mesma lógica deste senhor não se deveria retirar títulos a atletas que ganham medalhas (cheios de doping) pois poderiam ganhar na mesma...

Já sabemos à muito que os árbitros não são máquinas infalíveis, hoje sai um beneficiado amanhã outro, mas vir defender a mentira desportiva não me parece certo.

Francamente...

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Vitória Imperial!

“E pluribus unum”. De todos, um. Vontade, carácter e determinação. O Benfica mostrou hoje a sua verdadeira essência. Não porque foi mágico, não porque foi exuberante, mas sim porque foi clara e inequivocamente superior. Soube batalhar, soube dominar e soube vencer! Mostrou a sua verdadeira alma de campeão; mostrou que é forte e coeso. Deu uma lição ao Sporting do que é “ser Equipa”! Mostrou que as adversidades se superam em conjunto, unidos e não dependentes de uma ou outra individualidade.

Em Alvalade vimos um campeão lutador, aguerrido e determinado na conquista do seu objectivo: a vitória. Hoje assistimos ao verdadeiro turbilhão de emoções do que é ser benfiquista! Lutámos, sofremos, lutámos mais um pouco e voltámos a sofrer mas, mais importante que tudo, vencemos!

Hoje, regozijo-me de “Ser Benfiquista”! Vejo nesta jovem equipa um espírito de entreajuda notável. Vejo a determinação de outros tempos, constato a presença da mesma força e da mesma vontade colectiva que nos levou a grandes vitórias, claro está! “E pluribus unum”. De todos, um!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Tarde mágica na Luz!

Esta tarde assistimos mais uma vez à força imensa do campeão nacional. Um verdadeiro espectáculo de bom futebol, recheado de grandes momentos e coroado com um magnífico golo de Carlos Martins! Este foi um daqueles 3-0 que souberam a pouco! Hoje à tarde tivemos na iminência de ver uma daquelas goleadas à antiga!

Contra um adversário tradicionalmente difícil, o Benfica mostrou uma vez mais todo o seu esplendor e levou de vencida um Guimarães que veio à Luz fazer pouco mais do que passar algumas vezes o seu meio campo. Numa tarde onde todos estiveram de parabéns, duas palavras de especial apreço: a primeira para Sidnei, sempre muito atento e bem pautado com Luisão, o talentoso central brasileiro tem mostrado qualidade, determinação e muita facilidade em fazer esquecer David Luiz. Um excelente jogador! A segunda para Aimar, porque Aimar é um daqueles jogadores que se as bolas falassem dir-lhe-iam obrigado a cada toque seu. Com Aimar a bola desliza no relvado, fugindo por entre as defesas adversárias, como se tivesse vontade própria, até encontrar um outro colega de vermelho e branco. Não há mais palavras, é puro talento! Não me interessa que jogue 50, 60 ou 70 minutos porque cada minuto de Aimar vale a pena ser visto e desfrutado!

De resto, faço minhas as palavras de Jorge Jesus: o Benfica é a melhor equipa a jogar futebol em Portugal! Não há dúvidas, não há facciosismos! É a constatação de um facto. O Benfica corre mais, joga mais e marca mais. Puro e simples!

Deixo apenas uma nota especial para os 55.000 adeptos presentes na Luz que tornaram o espectáculo do campeão nacional um verdadeiro hino ao futebol e uma tarde para mais recordar!

domingo, 16 de janeiro de 2011

Assalto à beira do Mondego

Hoje fui assaltado. Não consigo arranjar melhor frase para descrever o que aquele senhor vestido de amarelo, proveniente da Madeira, fez hoje em Coimbra. Mas pior do que ser assaltado é o facto das consequências do assalto perdurarem para o próximo jogo. O homem conseguiu não ver dois penáltis claríssimos a favor do Benfica e conseguiu deixar o Fábio Coentrão e o David Luiz fora do próximo jogo. Para quem vem da terra das bananas, parece que a “fruta” do Norte ainda lhe satisfaz o apetite.

Relativamente ao jogo, pouco há a dizer. Aquilo que poderia ser um jogo muito fácil acabou por não o ser. As mexidas que Jorge Jesus fez no onze titular acabaram por gerar uma instabilidade desnecessária no onze encarnado e nem Airton nem Ruben Amorim fizeram esquecer os habituais titulares Javi Garcia e Maxi Pereira. No entanto, há que salientar a máquina bem oleada que o Benfica montou do meio campo para a frente. O tango argentino parece estar de volta, ainda que os protagonistas sejam outros!

Uma nota especial para Cardozo. Não porque fez uma magnífica exibição, mas porque sobreviveu a um ataque a la Bruno Alves. Ainda estou na dúvida se o melhor não teria sido apresentar queixa na PSP por tentativa de homicídio, mas enfim... Ao menos o Sr. Pape Sow foi expulso com um vermelho directo! Se tivesse sido o Bruno Alves nem tinha sido assinalada falta. Afinal as camisolas ainda contam…

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Momento para reflectir

Passava o 72º minuto de jogo em Alvalade, quando Maniche tem um atitude inexplicável e agride, aos olhos de todos, o jogador do Vitória de Guimarães, Rui Miguel.

Embora o Sporting estivesse claramente a perder fulgor nesta fase, muito por culpa da quebra dos dois homens do meio campo leonino (Maniche e André Santos), a equipa tinha o jogo controlado e o Vitória parecia não ter armas para, se quer, chegar à baliza de Rui Patrício.

No entanto, depois da expulsão de Maniche, o que até então estava a ser uma das exibições mais bem conseguidas da época leonina, virou um verdadeiro pesadelo. O Sporting não foi mais capaz de ter bola e sofreu três golos em 10 minutos. Perderam-se três pontos, perdeu-se a oportunidade de alcançar o segundo lugar e, quem sabe, perdeu-se também o que restava de crença no Sporting poder chegar ainda ao título nacional.

Será justo culpar só Maniche? Na minha opinião, apesar de ter faltado claramente aos dez que restaram a capacidade para controlar a ansiedade e defender a baliza de Rui Patrício, a expulsão de Maniche foi o momento crítico do jogo. Assim, tratando-se um dos jogadores mais experientes da equipa, será sobre ele que deverão recair as responsabilidades desta derrota.

No entanto, mais do que apenas criticar, considero que este deverá ser um momento de profunda reflexão. Para Maniche, sobre o que se passou e o que nunca mais se poderá repetir. Para Paulo Sérgio, sobre a forma como a equipa reagiu à expulsão (e como já tinha reagido a meio da semana frente ao Gent). Para os responsáveis leoninos, sobre que atitude tomar em relação a Maniche.

Depois de assisitir ao vivo a uma das mais crueís derrotas do Sporting, também eu passei essa noite a reflectir. Sinceramente, penso que a atitude certa (tendo em conta o momento) será chamar Maniche à razão e puni-lo financeiramente. Ao tirar Maniche de campo (para além dos dois jogos de castigo impostos pela Liga), o Sporting terá que jogar com o meio campo fraco que se forma quando Zapater e André Santos actuam ao mesmo tempo. E nesta altura, isso pode tornar a situação ainda mais critica.

Amanhã há mais um jogo importantíssimo (e dificílimo) para os leões em Coimbra, resta saber se a reflexão foi feita e se conseguiremos reagir... Quero acreditar que sim. SL

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O Jogador do Povo

Ontem foi um dia histórico para um dos principais símbolos do Benfica dos últimos anos. Dia triste, pois provavelmente não iremos ver mais no relvado do Estádio da Luz, o sorriso e os malabarismos de Pedro Manuel Torres, simplesmente Mantorras no mundo do Futebol.

Pedro Mantorras chegou ao Benfica em 2001, depois de uma época fantástica no Alverca. Com apenas 19 anos, o número 9 encarnado mostrou o potencial e o talento que lhe valeram o título de “o novo Eusébio”. Pedro Mantorras revelou ser o jogador mais importante da equipa encarnada da altura, tendo conquistado igualmente o título de melhor marcador do conjunto na sua época de estreia. Mantorras estava no auge da sua carreira. Jogava com uma alegria contagiante e a sua força e técnica deixavam companheiros e adversários completamente perplexos. Era referenciado pelos colossos europeus e Luís Filipe Vieira (na altura director desportivo) pedia 18 milhões de contos (90 milhões de euros!) pelo seu passe. No entanto, uma grave lesão no joelho do jovem angolano mudou a vida de Mantorras. Dores atrás de dores, fizeram com a magia indomável do jovem angolano nunca mais fosse a mesma.

Nos últimos anos a presença de Mantorras em campo tem-se resumido a escassos minutos. No entanto, são os mais empolgantes de todo o jogo! Não só pelo entusiasmo que o Palanca transmite ao jogo, mas também porque a sua simples entrada em campo leva os benfiquistas a uma explosão de alegria e de exultação do grande carinho que nutrem pelo seu número 9. Mantorras teve sempre esta capacidade. Jogador humilde, sincero e simples. Sem rodeios, sem vedetismos e com muita vontade. Vontade de ajudar, vontade de vencer! E isto os adeptos benfiquistas jamais esquecerão.

Recordo o título de 2004/2005, onde Mantorras foi crucial, marcando 5 golos importantíssimos, todos eles, nos últimos minutos dos jogos. Não jogou muito mas jogou bem. Mostrou o orgulho que é vestir esta camisola encarnada!

Por tudo isto, não queria passar este momento sem agradecer ao grande fenómeno chamado Mantorras. Obrigado Pedro. Adeus campeão.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Cardozo. O Regresso.

Se na terça-feira critiquei as acções dos adeptos do Benfica e as de Óscar Cardozo, hoje rejubilo com a forma como ambos lidaram com a situação menos positiva do jogo passado. Os adeptos do Benfica souberam perdoar o poderoso avançado e este não se fez rogado e fez um jogo memorável, no Estádio da Luz, contra o rival Sporting! Assim se demonstra a grandeza deste nosso Benfica. Um clube onde todos cometem erros mas onde se dá espaço à aprendizagem e redenção. Um clube onde os jogadores mostram dentro de campo a sua verdadeira natureza, a sua vontade de vencer e de ajudar os colegas a atingir algo muito superior a eles todos: a alegria de 6 milhões de benfiquistas e a glorificação de um emblema supremo!

Do jogo de hoje, pouco há para dizer. Desde o início o Benfica mostrou-se determinado em levar de vencida o tímido Sporting. Por mais que se esconda, este Sporting não tem estofo para fazer face a um adversário como o Benfica. O Sporting joga um futebol sem ideias e vagueia num mar verde qual barco perdido no triângulo das Bermudas. O Benfica trabalhou mais, jogou mais, e criou mais oportunidades fazendo de um resultado de 2-0 uma expressão ténue daquilo que foi uma superioridade clarividente dos encarnados.

Cardozo mostrou uma vez mais do que são feitos os verdadeiros campeões. O matador paraguaio mostrou dentro de campo o porquê de ser titular indiscutível no onze de Jesus. Mostrou humildade e vontade. Correu, passou e marcou. Nada mais se pode pedir a um avançado. Veni, Vidi, Vici! Boa sorte Cardozo!